segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

da cabeça aos pés


Suplica. De joelhos agradecia os bons tempos e temia o futuro. A sua volta apenas os olhares vazios de seus companheiros de guerra. Atiradores treinados com quepes e fardas esverdeadas, levantavam despreocupados com o inimigo, alucinados por uma fé inconsequente, atravessavam o campo como se fosse praça. Quase trinta homens caídos pelo caminho, uma longa marcha sob os tiros rivais. Chuva de pólvora abençoava o terreno lamacento, molhado pelo sangue. Há apenas cinco homens ainda de pé, agora correndo para cima do alvo como se mais invencíveis fossem, e de fato eram. Chegaram até os primeiros atiradores inimigos e vinte e três cabeças foram arrancadas. Com espadas curtas nas mãos e olhos mais afiados que suas lâminas, venceram a emboscada ainda com fôlego para festejar. E beberam todas as garrafas encontradas com os inimigos até as últimas gotas.