sexta-feira, 4 de julho de 2008

- Ali! - dizia o passageiro.
Moço jovem, quase criança. Um punhado de palavras aprendidas ao longo de seus 15 anos. Perdido no centro de são paulo. Prestes a pular do banco cheio de emoção. Admirado com o que "ali" existia. Abria a janela para respirar um pouco da beleza que via naquele domingo de sol. Ardia o rosto e a pálpebra quando os prédios faltavam-lhe a sombra. Brincava a mão em ondas no vento que cortava fora da janela. Rara tal velocidade atingida no centro da metrópole.
Já alcançava as dezesseis horas, aquele dia, e apenas haviam acabado de almoçar. Uma reifeção requintada para eles, o passageiro e o motorista, mas decidiram sair da rotina. Gnhoqui de espinafre para o volante e carne seca para o observador. Aquele momento merecia comemoração. Eles estavam juntos, e não seria por muito tempo. Aproveitar cada instante era inprescindível. E o faziam não com pressa e sim com vontade.
O passageiro é levado com interesse e euforia, o motorista o leva com saudosismo.


- Espere aqui. - disse o motorista, estacionando e saindo do carro.
- Quero de chocolate! - disse o garoto, que nunca mais voltaria a ver seu querido condutor com as mãos ao volante.
O motorista sabia o que viria a acontecer, apenas não esperava que fosse de forma tão repentina. Morreu de ataque cardíaco aos 35 anos. deixando um filho e um carro estacionado em frente a uma sorveteria.

os médicos não apresentaram nenhum parecer.

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