domingo, 29 de maio de 2011

dança

Com esses teus braços finos, teus dedos longos, teus olhos bêbados. Perde o ritmo pelo desequilíbrio infantil e retoma no commpasso adiante rindo brincando. Balbucia canções ou poemas dissonantes inconpreesiveis, despretenciosos. Estica na ponta do pé e num movimento lento, a coluna obtusa, as mãos jogadas ao céu, desfalece na cama. Estás sozinha. Nem mesmo os espelhos do quarto e os poucos bichos de pelúcia puderam vê-la. Nua. Iluminada. Cortada pela sensação ridícula da sobriedade, oscila os químicos em seu corpo. O quarto gira depressa. Fecha os olhos lentamente, o quarto se torna ainda mais rápido no escuro, abre-os em desespero. Suas narinas num movimento intenso. Um vulcão de sensações. Pulsa a cabeça, o coração, o ventre. Inspira. Solta. Inspira... e num impulso se inclina para o pé da cama, segura com força o colcha bordada com motivos infantis, contorce o corpo e encolhe as pernas, vomita.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vermelho e cinza e preto e dourado e azul e queima e cinza e voa e prende e cinza e queima e voa e desenha e cai e desaparece e cinza e vermelho e abre e enche e voa e desaparece e acalma e queima e vermelho e solta e cinza e cai e desenha e desaparece e cinza e voa e queima e vermelho e acalma e acalma e apaga.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rodamoinhos
Com as tuas mãos entrelaçadas nos meus cabelos. Um sonho embriagado. Tuas pernas enroscads nas minhas. Dois seres eternos. Teu beijo no meu sorriso. O infinito chega quase antes.
Veja quanta festa meus olhos cantam, quanta alegria meus olhos choram. Tantas sofridas decididas, tanto tempo esquecido. Sofre teu peito e teu coração por ter dias demais, saúde demais, vida demais.