Com esses teus braços finos, teus dedos longos, teus olhos bêbados. Perde o ritmo pelo desequilíbrio infantil e retoma no commpasso adiante rindo brincando. Balbucia canções ou poemas dissonantes inconpreesiveis, despretenciosos. Estica na ponta do pé e num movimento lento, a coluna obtusa, as mãos jogadas ao céu, desfalece na cama. Estás sozinha. Nem mesmo os espelhos do quarto e os poucos bichos de pelúcia puderam vê-la. Nua. Iluminada. Cortada pela sensação ridícula da sobriedade, oscila os químicos em seu corpo. O quarto gira depressa. Fecha os olhos lentamente, o quarto se torna ainda mais rápido no escuro, abre-os em desespero. Suas narinas num movimento intenso. Um vulcão de sensações. Pulsa a cabeça, o coração, o ventre. Inspira. Solta. Inspira... e num impulso se inclina para o pé da cama, segura com força o colcha bordada com motivos infantis, contorce o corpo e encolhe as pernas, vomita.
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