sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Senta nessa cadeira vazia a minha frente e conta tua vida. Não precisa dizer nada. São teus olhos que dizem por você, sua testa, teu cabelo falho e teu sorriso discreto. Pede um café ou um suco, fique a vontade. Aquieta suas mãos num cigarro mentolado. Brinca com a fumaça sem pressa. Bebe devagar, goles pequenos, sente os aromas e texturas. Esquece a sua vida por esse instante e escuta o ambiente, escuta além do entorno e percebe os sons da rua lá fora, o som das crianças saindo da escola, a música tocando na igreja, a cidade chegando em casa, o sol atingindo o horizonte, as estrelas por trás das nuvens, queimando. O som do universo se expandindo e contraindo como uma casa velha de madeira. O ranger dos planetas colidindo com asteróides e a névoa dançando pelo espaço. Feche seus olhos para acordar para a vida, cubra seus ouvidos para escutar seu próprio coração que bate no ritmo desse lugar chamado vida.

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