terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Lhe carrego dentro de mim, lembrança. A cada trago, cada gole, lhe vejo voltar e abrir aquela porta, esperança. Teu gosto, teu cheiro, me inebriam, ânsia. Meias palavras, fracas, imprecizas, distância. Felicidades, desilusões, infância.

Lhe sinto na pele, no peito, agonia. Lhe culpo, engano, solidão. Cerro meus olhos, meus lábios, orgulho. Vomito sobre meu próprio reflexo, desprezo. Moléstia, flagelo, sofreguidão.

Lhe conheço melhor que a mim mesmo, importância. Prevejo pensamentos, pressinto atitudes, inconstância. Jogo teu jogo, minhas regras, incoerência. Conquisto teu espaço, teu tempo, indecência. Analiso meus passos, meus avanços, ciência. Minto. E levo comigo tua alma de forma mais vulgar, cênica.